Em outubro de 2008, uma médium de um centro espírita da Baixada Fluminense psicografou uma mensagem atribuída a Tim Lopes. Essa foi uma das quatro cartas divulgadas pela família do jornalista, executado brutalmente no dia 2 de junho de 2002 na Vila Cruzeiro, na Zona Norte do Rio. Abaixo, a carta na íntegra.

Uma das cartas recebidas pela família de Tim Lopes foi psicografada em agosto de 2009 pela médium Patrícia, num centro espírita da Baixada Fluminense. A mensagem foi destinada à irmã do jornalista, Cléa Lopes.
“Cara irmã. Nada como um dia após o outro. Sempre tenha fé. Nunca estará só. Sempre estarei com você. Hoje e sempre. Hoje estou ao seu lado, vindo para essa casa, grande e muito feliz. Irmã, nessa casa encontrei a luz e a paz. Estava precisando. E tenho certeza também que você encontrou. Nunca se esqueça. Tenha fé. Estarei sempre com você. Um abraço, seu irmão”.
Enquanto lia a carta, Cléa se emocionou.
- Nada como um dia após o outro… Ele sempre dizia isso – disse.
Tim Lopes: cartas psicografadas confortam a família, diz espírita
Vice-presidente da Fundação Cristã Espírita Cultural Paulo de Tarso (Funtarso), Gerson Monteiro, colunista do Extra e do Religião e Fé, disse que as cartas psicografadas por médiuns – como a recebida pela família de Tim Lopes - podem ser reconhecidas pela linguagem do autor, para evitar dúvidas dos parentes.
— Nós reconhecemos o autor espiritual pela linguagem. Os espíritos sérios têm uma linguagem e um conteúdo moral elevado. Quando o centro espírita possui proteção espiritual e os participantes usam da razão e do bom senso, as mensagens serão legítimas — explica Gerson.
Para o espírita, as famílias encontram conforto nas mensagens psicografadas, que servem como forma de ajudá-las a aceitar a morte do parente.
Ele sentiu na pele essa sensação há cerca de 40 anos. Depois de perder uma filha, que morreu em decorrência do câncer com apenas 2 anos e 4 meses, o vice-presidente da Funtarso procurou um centro espírita e obteve notícias da pequena.
— Fiquei muito emocionado, porque senti a vibração dela — lembra-se Gerson.
A família de Tim Lopes, executado enquanto fazia uma reportagem sobre a exploração sexual de menores num baile funk na Vila Cruzeiro, Zona Norte do Rio, revelou a existência de quatro cartas psicografadas que foram atribuídas ao jornalista.
Em uma das mensagens, transcritas por médiuns de um centro espírita da Baixada Fluminense, Tim Lopes tenta consolar a mãe e diz que está ao lado dos familiares.
“Acalma o teu coração. Não chores mais. Tudo tem seu momento. O meu chegou. E dele não pude fugir. Sei que sofre a dor da saudade. Mas a tua dor não me deixa caminhar “, diz uma carta, psicografada em outubro de 2008.

— Normalmente, eu o vejo na abertura dos trabalhos, quando todos os médiuns estão reunidos. É que eu tenho mediunidade — disse.
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